Por Paula Gomes
Na última sexta-feira, 12 de dezembro, a Band exibiu o último episódio da sua última produção em novelas, "Água na boca". Como já foi discutido em colunas anteriores, a novela não foi bem quanto a emissora esperava e a emissora desativou o departamento. Já na segunda-feira, dia 15, estreava "Uma escolinha muito louca", projetada inicialmente para ser exibida na faixa das 22 horas para alavancar a audiência dos programas "CQC", "É o amor", "Top Cine" e "Terra Nativa", que recebem com a audiência lá em baixo; a Escolinha foi usada então como alternativa para o horário vago com o fim das novelas, onde a emissora não conseguia atingir audiência satisfatória.
A proposta é velha conhecida do público, afinal, quem não se lembra da famosa Escolinha do Professor Raimundo? A diferença da Escolinha da Band é que o texto é mais ágil, muitos "alunos" são novatos na TV e vem de uma nova escola do humor brasileiro, além da preocupação com a parte gráfica (recursos de geradores de caracteres, sonoplastia, efeitos visuais) e com a tentativa de passar uma informação a mais para o telespectador.
Nesta primeira semana, o resultado em termos de audiência foi animador: média de 6 pontos no Ibope da Grande São Paulo e picos de 8, deixando a Band em terceiro lugar e chegando em alguns instantes à segunda colocação, ou seja, 3 vezes mais Ibope do que conseguia a novela "Água na boca", um primor em termos técnicos e de produção.
Realmente é surpreendente a forma como esse produto atraiu audiência, haja visto que a Band voltou a ter humor na sua grade com a estréia do CQC no começo do ano e que mesmo assim, levou um tempo para emplacar. A Escolinha é para um público diferente do CQC e está mantendo a audiência cultivada no início da tarde pelos programas "Marcia", "Brasil Urgente" e "Jornal da Band".
As personagens são caricatas. Mulheres com corpos esculturais, muitos bordões, alguns velhos conhecidos do público e humor do tipo pastelão marcam o programa. O professor Sidney Magal está fazendo seu papel direitinho, mas precisa ser orientado a não olhar tanto para a câmera enquanto conversa com os alunos. O áudio também é uma questão que precisa de maiores cuidados. Duas atrizes se destacaram nessa primeira semana: Pâmela Côto (Elvira Alfacinha), uma portuguesa divertidíssima que utiliza um telão para mostrar que a língua inglesa está atrelada à portuguesa e a atriz Marcia Kaplun (Krika Telé), uma atendente de telemarketing rápida no gatilho e que sempre tenta vender seus produtos.
A Escolinha veio em uma boa hora para a emissora. Está ajudando a aumentar a média de audiência, sendo um produto relativamente barato quando comparada a uma novela, mas é preciso que a direção do programa fique atenta ao desgaste do formato. Por ser diário, vale a pena fazer um rodízio de personagens. Muitos atores que compõem o elenco possuem outros personagens e podem ajudar a manter o frescor da atração, que por ser diária, cedo ou tarde pode fazer o telespectador enjoar da atração.
Serviço: "Uma escolinha muito louca" vai ao ar de segunda a sexta às 20h15 na Band.
Na próxima semana, a última coluna de 2008 com o balanço do que aconteceu de bom e de ruim na tela da Band. Não perca!
Atenção: Esta coluna é pertencente ao "Blog da Band". Todos os direitos são reservados ao blog e à autora.
Um comentário:
Estou adorando, por completo, em especial da Elvira, Krika e o Varejon.
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