O CQC, que a Band exibe às segundas, chegou ao Brasil ano passado. Por aqui, é um tanto diferente de sua matriz argentina, mais combativa e politizada. Em sua estréia, um tanto sem jeito, foi fazer piada sobre saneamento público e ficou no difícil meio do caminho entre o humor e a denúncia, sem ser uma coisa nem outra.
Além disso, o programa comandado por Marcelo Tas parecia estar de olho nos fãs do humor escatológico e "non-sense" do Pânico na TV, da Rede TV!. Na briga entre os dois programas, ganhava o público adolescente, com atrações variadas e sempre atrás de novidades.
Na nova temporada, que começou há uma semana, o CQC demonstrou que amadureceu sem perder a graça. Os comediantes-jornalistas ainda circulam em estréias de peças e portas de festas, atrás de "saias justas" de algum famoso, tal e qual o Pânico faz há anos. Mas suas melhores incursões foram mesmo no Congresso Nacional, na Justiça Federal e ante um hospital novo em folha e inexplicavelmente fechado.
Como o antigo personagem Ernesto Varela que Tas representava há duas décadas, a trupe do CQC tornou-se um pouco menos histriônica para dar mais espaço ao humor involuntário dos políticos brasileiros.
Nada melhor do que fazê-los passar por uma saudável sabatina e lhes perguntar algo tão singelo quanto onde fica Guantánamo, por exemplo. As respostas dos homens que ditam o destino do Brasil explicam um pouco o próprio Brasil.
O CQC faz um ótimo serviço ao insistir que magistrados não precisam de vencimentos de R$ 27 mil e tampouco deputados federais de R$ 24 mil por mês. Valores que não são uma comédia, mas uma tragédia nacional.
É um drama que se espalha até pelo sindicalismo que, em defesa do aumento salarial, faz coro com o que há de mais antigo, feudal e plutocrata de nossa sociedade. Matérias como essa demonstram que o jornalismo tradicional muitas vezes deixa passar o que existe de mais iníquo, perverso e covarde na política.
E que, sem a persistência da imprensa, os escândalos de hoje tornam-se apenas a notícia velha de amanhã. Boas pautas não vão faltar.
Desnecessário apenas confrontar políticos com a folha corrida de um Paulo Salim Maluf com eleitores que o acusam de ser corrupto. Maluf é um profissional no que faz há décadas e contra uma pessoa despreparada, sem informação e incapaz de debater assuntos como malversão de verbas, superfaturamento e evasão de divisas milionárias, a velha raposa almoça e janta qualquer crítica sem perder o sorriso no rosto. Chega a ser covardia.
FONTE: TV Press.
Além disso, o programa comandado por Marcelo Tas parecia estar de olho nos fãs do humor escatológico e "non-sense" do Pânico na TV, da Rede TV!. Na briga entre os dois programas, ganhava o público adolescente, com atrações variadas e sempre atrás de novidades.
Na nova temporada, que começou há uma semana, o CQC demonstrou que amadureceu sem perder a graça. Os comediantes-jornalistas ainda circulam em estréias de peças e portas de festas, atrás de "saias justas" de algum famoso, tal e qual o Pânico faz há anos. Mas suas melhores incursões foram mesmo no Congresso Nacional, na Justiça Federal e ante um hospital novo em folha e inexplicavelmente fechado.
Como o antigo personagem Ernesto Varela que Tas representava há duas décadas, a trupe do CQC tornou-se um pouco menos histriônica para dar mais espaço ao humor involuntário dos políticos brasileiros.
Nada melhor do que fazê-los passar por uma saudável sabatina e lhes perguntar algo tão singelo quanto onde fica Guantánamo, por exemplo. As respostas dos homens que ditam o destino do Brasil explicam um pouco o próprio Brasil.
O CQC faz um ótimo serviço ao insistir que magistrados não precisam de vencimentos de R$ 27 mil e tampouco deputados federais de R$ 24 mil por mês. Valores que não são uma comédia, mas uma tragédia nacional.
É um drama que se espalha até pelo sindicalismo que, em defesa do aumento salarial, faz coro com o que há de mais antigo, feudal e plutocrata de nossa sociedade. Matérias como essa demonstram que o jornalismo tradicional muitas vezes deixa passar o que existe de mais iníquo, perverso e covarde na política.
E que, sem a persistência da imprensa, os escândalos de hoje tornam-se apenas a notícia velha de amanhã. Boas pautas não vão faltar.
Desnecessário apenas confrontar políticos com a folha corrida de um Paulo Salim Maluf com eleitores que o acusam de ser corrupto. Maluf é um profissional no que faz há décadas e contra uma pessoa despreparada, sem informação e incapaz de debater assuntos como malversão de verbas, superfaturamento e evasão de divisas milionárias, a velha raposa almoça e janta qualquer crítica sem perder o sorriso no rosto. Chega a ser covardia.
FONTE: TV Press.
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